quinta-feira, 4 de junho de 2009

Charlie Harper: Herói ou Demônio?

Extraído do Lifelines

Charlie Harper é um gênio masculino dos novos tempos. Personagem do ator Charlie Sheen no seriado americano Two and a Half man, quem o conhece sabe do que eu estou falando. Quem não o conhece... Bom, para quem não o conhece aqui vai um pequeno aperitivo do que esse cara é capaz. Muito bom, sem dúvida! Motivo de ensandecidas gargalhadas depois de um longo dia de trabalho ou quem sabe depois de uma tentativa de explicar a uma mulher o por quê dos homens precisarem de momentos livres para beber e jogar futebol sem estar com o telefone celular no bolso enquanto o fazem... ;-)

Hora das lições de vida...



Alan Harper: Veja, tudo bem, apenas espere as coisas se acalmarem. Uns dois dias no máximo e ela cairá na real.
Charlie Harper: Ah é! É exatamente isso que as mulheres costumam fazer.



Charlie Harper: Vamos, eu não sou bom com nomes, mas eu nunca iria esquercer aquelas noites apaixonantes que passamos juntos.
Jess: Nós nunca passamos a noite juntos!
Charlie Harper: Nunca? Nem pergunte porque eu não lembro de você.



Greg: Então Charlie, eu acho que pela organização das corridas, você apostará nos pôneis.
Charlie Harper: Ei, eu apostaria em coelhos se você conseguisse organizá-los.



Charlie Harper: [Sobre relacionamentos e orientações sexuais] Quer dizer, eu penso que a variedade é o tempero da vida. E pela variedade de temperos, algumas pessoas gostam de sal, outras gostam de pimenta, outras gostam de sal e pimenta. Eu... Bom, eu gosto de mulheres.



Charlie Harper: Eu tenho duzentas pratas na carteira e elas estão se coçando para se transformar em 20 e uma ressaca.



Charlie Harper: [Fazendo uma reserva de hotel] Então, nós vamos querer duas reservas de quarto; uma para Alan Harper e filho, e outra para Charlie Harper e uma garçonete a ser nomeada posteriormente.



Alan Harper: Hoje, irei dar minha segunda rosa a solteira número dois.
Charlie Harper: Só você consegue fazer soar gay o fato de pegar duas mulheres.



Charlie Harper: Você sabe qual é o problema? As mulheres, a bebida... Você olha para mim e pensa que é fácil. O que você não vê são os anos de dedicação que você precisa ter para se transformar no bêbado galinha que eu sou hoje.



Alan Harper: [Charlie Harper está malhando; Alan bebe da garrafa d'água de Charlie] O que diabos é isso?
Charlie Harper: Uísque.
Alan Harper: Você bebe uísque enquanto malha?
Charlie Harper: Uísque me faz suar.



Evelyn Harper [Mãe de Charlie]: Tarde demais, não falo mais com você.
Charlie Harper: Tudo bem.
Evelyn Harper: Você não quer saber porque?
Charlie Harper: Não. Eu confio no seu julgamento.



Charlie Harper: Alan, você é como uma vítima de Alzheimer em um prostíbulo.
Alan Harper: Como assim?
Charlie Harper: Você constantemente se surpreende quando pega alguém... e não quer pagar por isso.



Charlie Harper: Uma vez eu emprestei meu Visa a uma mulher que conheci na mesma noite. Na fatura seguinte haviam cobranças para uma cirurgia de silicone e um Playstation 3. E eu nunca tive a chance de brincar com nenhum deles.



Charlie Harper: [Falando para Alan, na manhã seguinte em que bêbado dormiu com Rose] O que eu tenho que fazer agora é achar meu passaporte e ir para a fronteira. O que eu tenho que fazer é falar a Rose que, que... Que eu estava bêbado e sinto muito e que não há nenhuma razão para ela me caçar e colar meus testítulos às minhas coxas... Novamente.



Charlie Harper: E eu digo, porque não? Duas são companhia, três é um sanduíche.

Sobre cavalos castrados e garotas sem limites

Há uma frase repetida pelo Luiz que acabou virando uma espécie de bordão na república: "Focus on the Mission". Significa, obviamente, "foco na missão", ou, "não se distraia pelas coisas no caminho, mantenha os olhos no seu objetivo e vá em frente". É uma bela filosofia de vida quase sempre aplicada pelo nosso amigo pragmático, e serve pra quase tudo: desde relacionamentos, trabalho, ou até mesmo cantar uma menina na balada. Mas uma visita ao Hipódromo Paulistano no dia 16/05 iria provar definitivamente a fundamentação da filosofia.

Era o sábado, e os rapazes resolveram almoçar em um local diferente. O jockey acabou sendo a opção do dia. Ninguém ali nunca tinha sequer colocado os pés num jockey. Valia a pena ao menos matar a curiosidade.

Ao chegarmos no local, já fomos nos dando conta de que o lugar não era pra qualquer um. Após estacionar uma Mercedez, notamos a cara do vallet no momento em que parei meu Uno de pobre. "Como faço pra chegar no restaurante do Jockey?", perguntei. Aliviado por não ter que dirigir o meu carro, o rapaz deu as instruções e para lá nos dirigimos, passando pela Lineu de Paula Machado, lotada de travecos à uma da tarde.

Estacionei o carro, e fomos até o restaurante, reparando nos cavalos correndo pela pista bem ao nosso lado. Eu nunca tinha visto uma corrida de cavalos. "Achei que eles iam mais rápido!", refletiu o S. "E eu achei que eles corriam só numa direção!", respondi, espantado quando um dos cavalos parou e começou a marchar na contra-mão, segundos antes dos gênios perceberem que ali já era o final de uma corrida.

Ao chegarmos no lugar, fomos recebidos por uma hostess extremamente simpática (e extremamente linda... por alguns segundos esqueci que estava lá pra almoçar...) que nos explicou que haveria uma espera de uma hora por uma mesa. No dia seguinte seria o Grande Prêmio São Paulo, e o recinto estava lotado de donos de haras fazendo negócios. Só gente humilde. Eu tinha que trabalhar ainda. Não, não era hoje que iríamos almoçar lá...

Já que estávamos no inferno... fomos dar uma olhada no saguão de apostas. Eu não fazia idéia de como se apostava em cavalos. E após passarmos por uma reunião animadíssima de aposentados vestidos como se o século XX tivesse acabado de começar, agitando o panfleto dos programas das corridas, e gritando contra o aparelho de TV como se estivessem fazendo o último sexo das suas vidas, ("Vai menina, vai! Mais rápido, mais rápido!") chegamos ao balcão de informações, onde fomos instruídos sobre as modalidades de apostas, e sobre como ler um programa de corridas. Fiquei surpreso ao saber que a aposta mínima era apenas dois reais. Tinha dez reais no bolso, seria o suficiente para alguma diversão.

Chegou então o momento de escolher o cavalo. E como é que gente completamente ignorante em corridas escolhe o vencedor? Pelo nome, oras! É a maneira mais simples, mais prática, e mais burra. Mas estávamos lá para nos divertir e dar umas risadas. Dois reais era um preço justo pra isso.

Haviam 9 cavalos no segundo páreo, que começava em alguns minutos. O primeiro que chamou nossa atenção foi um chamado "No Limits Girl". Ah, olha o nome dessa danada, pensamos. Tudo o que precisávamos era uma garota sem limites naquele momento. Deve correr como o inferno.

Apesar de confiarmos no taco da garota ilimitada, resolvemos dobrar nossas chances. O S escolheu um cavalo chamado "Nobre Dodge". O Luiz bateu o olho num cavalo com um asterisco ao lado do nome. Ele se chamava "Beauty More", e apesar do nome não dizer muita coisa, o asterisco, dizia o rodapé, indicava que o cavalo era castrado.

Cavalos castrados correm mais? Não faço idéia. Mas na teoria do Luiz, o rapaz deve ter o "Focus on the Mission" bastante apurado. Imagine, você é um animal que possui dois objetivos na vida: correr e transar. Se te tiram um deles, o que sobra? Ou você (o cavalo, no caso) vira um belo reprodutor e passa a vida se divertindo com vaginas falsas de éguas, ou você corre. E corre como se não restasse outra coisa pra se fazer na vida. Corre como se soubesse que, quando sua carreira acabar, seu único destino é a fábrica de mortadela. Existe cavalo melhor para se confiar o destino de uma corrida?

E lá fomos nós, depositar o destino da corrida, e dos nossos trocados, numa garota sem limites e num cavalo castrado. Não podia sair coisa boa dali. Mas quem se importava?


Fomos para a pista. Apesar da fome já batendo, a visão era estonteante. Por um momento o S teve um insight sobre como ele poderia passar a sua aposentadoria... Não era uma má idéia. Passar as tardes gastando dinheiro nos cavalos, sossegadamente bebericando um Black Label servido por garçons na arquibancada (quinze reais a dose - mais barato que nas baladas! rs) e vendo a vida passar. Contanto que ele não se vista, a essa altura da vida, como se o século XXI tivesse acabado de começar, dou todo o apoio...

Começa a corrida. É impossível entender uma palavra do que o narrador grita no microfone. É quase como um radialista transmitindo jogo de futebol na rádio AM, com a diferença de que você não faz idéia do que os termos ou jargões que ele utiliza significam. Só um nome saltou aos nossos ouvidos logo no início... "No Limits Girl", dito após a sequencia de TODOS os outros nomes... Nossa garota ilimitada parecia manca das pernas, na última posição.

Depois de algum tempo, conseguimos distinguir alguma coisa da narração, e nos tocamos que, sim, o nosso cavalo castrado, "Beauty More", estava lá, em primeiro! Inacreditável! E após alguns segundos, o rapaz cruzou a linha de chegada, seguindo pelo "Nobre Dodge", o cavalo escolhido pelo S.

Fomos todos felizes aos guichês recolhermos o nosso prêmio. De acordo com a modalidade de aposta que escolhemos, eu e o Luiz recebemos 1.9 vez o valor apostado, e o S, 1.6 vez. Incrível! Primeira vez no jockey, primeira vez apostando, e o nosso cavalo chega em primeiro! Mais sorte que isso, impossível.


E ao partimos para o centro em busca de um restaurante, percebemos o quanto a filosofia do Focus on the Mission pareceu acertada. Quando você parte em busca de um objetivo, tome cuidado com as distrações no meio do caminho, sejam elas arreios ou éguas. Mas não se preocupe, não é necessário cortar suas bolas para isso...

Se quiser conferir as fotos do "evento", siga este link.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Tirando a carta de motorista “E”

Antes de dar todos os detalhes da carta “E”, preciso fazer uma pequena introdução sobre o mundo das baladas e logo vocês vão entender o significado.

Pois bem, quando as pessoas (hoje tanto homens quanto mulheres) saem para uma balada, elas se divertem, dançam, enfrentam filas para entrar, pagam altas quantias para estacionar o carro em lugares de segurança duvidosa. Tudo isso regado a muita bebida e boas risadas.

Até esse ponto, nada demais, e o algumas doses etílicas fazem as pessoas se soltarem e ficarem mais cara de pau confiantes para tentar um relacionamento com uma desconhecida. Mas basta beber um pouquinho mais que aquele “limite” e o mundo se transforma em algo mágico e tudo fica “lindo”, mas não se engane, pode ser “lindo” para você que está viajando, mas para seus amigos que estão mais sóbrios e ainda enxergam a realidade, o mundo é outro. Portanto cuidado.

Quem nunca saiu com uma menina feia fraca de aparência, quando bebeu demais, que atire a primeira pedra (mas não em mim), por isso, os amigos nessa hora são tão importantes, eles podem te livrar de uma fria, a qual você se arrependeria profundamente. Mas.... mas mesmo com os amigos tentando ajudar, existem aqueles que não tem jeito, são casos perdidos quando bebem. Exemplo, um amigo nosso que recentemente entrou para o seleto clube dos que possuem carta de motorista “E”.

A carta de motorista “E”, designa aquele habilitado a dirigir caminhões, ônibus e ainda segundo a Wikipédia (reboque, semi-reboque ou articulada, tenha seis mil quilogramas ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a oito lugares, ou, ainda, seja enquadrado na categoria trailer). E a foto abaixo ilustra o cara, em um momento de motorista. Se você ainda está viajando na relação com a carta, imagina um motorista de ônibus, com aquele volante imenso, fazendo uma curva com o busão, sacou?

A foto não está muito boa, mas dá para ter uma idéia...


Ilustração para um comparativo (*)

Brincadeiras a parte, tem gente que gosta, mas não é o caso dele, então nós tentamos ajudá-lo, mas o cara estava muito “fragilizado” (palavras dele mesmo) e não assimilou a ajuda para se livrar dessa. O pior é que ele até uso uma tática antiga para cometer o crime, soltou aquela “Vou ao banheiro e já volto”....rs... imagina, terminou naquilo.

Para finalizar, nunca, nunca mesmo utilize-se dessas filosofias:

"Quem me viu mentiu e quem não viu perdeu!"
Marco Luque

“Apela, mas não zera”
Autor desconhecido.

Não vou negar, já fiz muita dessas em baladas, mas hoje prefiro:

“Melhor zerar do que ficar no negativo”
Autor desconhecido.

Abraços, até a próxima.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Enquanto isso, na formatura do S...



Focus on the Mission

"Olá. Vocês dois vêm sempre aqui?"


domingo, 3 de maio de 2009

Nero Burning Kitchen

Sabem aquele famoso aplicativo utilizado para queimar DVDs, CDs e afins? Pois é... o fabricante do Nero Burning ROM acaba de lançar uma nova versão para o programa. Se chama Nero Burning Kitchen. Confira a imagem abaixo...


Já explico...

Desde quinta passada este ser que vos escreve têm dormido pouco, coisa de três, quatro horas por noite. É cientificamente comprovado que pessoas que dormem pouco cometem uma cagada das grandes, inevitavelmente. Alguns dormem no transito e acordam colados num poste. Outros apagam na frente do micro e despertam com um leve tapa nas costas do chefe. Outros deixam o apartamento com uma panela no fogo... e quase queimam a cozinha, o apartamento, e o prédio.

Na terça passada (28), como de costume, fui almoçar em casa. Coloquei o miojo velho de guerra - verdadeiro salvador de vidas - pra cozinhar, e fui assitir o Discovery Channel (minha dose diária de Mithbusters). Depois de almoçar, decidi que estava na hora de lavar o squeeze (aquelas garrafinhas plásticas para tomar água), já que o mesmo estava desenvolvendo uma bela cultura de fungos na tampa. Em poucos dias, seria possível tomar chá de cogumelo apenas colocando água quente no frasco. Eu não queria chegar nesse ponto...

O bom senso nos diz que, para esterilizar algo em água fervente, você primeiro ferve a água, e depois coloca o objeto a ser esterilizado lá dentro. Mas este processo tem vários inconvenientes, sendo o principal ter que esperar a água ferver. Oras, como eu posso tirar um cochilo no sofá se eu tenho que ficar marcando o tempo de fervura da água? Não tem como. O segundo é ter que colocar o objeto na água fervente, e ter que esperar mais alguns minutos para que a limpeza esteja completa. Isso demanda muito tempo, tempo que deve ser gasto com coisas mais produtivas, como o cochilo.

Obviamente, eu teria que achar uma solução mais simples. E olhem que primor de simplicidcade: porque não colocar a água pra ferver, jogar o squeeze lá e esquecer? Quando desse a hora de voltar para o trabalho (em 20 minutos), era só ir lá, e apagar o fogo. Sem ter que esperar ferver. Sem ter que esperar limpar. Rápido e prático, do jeito que eu gosto. Perfeito!

E assim foi feito. Enquanto a coisa esquentava na cozinha, eu fui tirar o meu cochilo. Só que não existe essa coisa de cochilo pra uma pessoa que está a dias sem dormir. O que existe é aquele sono de babar no sofá, e acordar assustado porque você acabou de olhar no relógio e está quinze minutos atrasado. Fodeu. Pegue suas coisas: carteira, crachá, chave de casa... Estou esquecendo de algo? Ah, claro! A moeda de 25 centavos, para o café da tarde. Agora posso ir embora tranquilamente...

Duas horas depois, recebo uma ligação do Stéfano. "Corre lá em casa, o porteiro me ligou e disse que o apartamento está pegando fogo!!!". Eu fiz aquela cara de abajur sem lâmpada. Como é que é? Não me lembro de ter colocado nada no fogo...

Desço as escadas rapidamente, atravesso os 10 metros que separam o prédio onde trabalho do prédio onde moro e, enquanto entro, o porteiro me olha com uma cara engraçada. Noto que a portaria está esfumaçada, cheirando a plástico queimado. Esquisito. Quando entro no elevador, ele me dá a notícia: "Tivemos que arrombar seu apartamento. Tinha uma panela no fogo que estava queimando tudo!".

Nessa hora, senti um raio atravessar o meu corpo... Cacete! A panela com o squeeze! Subo até o terceiro. Quando a porta do elevador abre, noto a nuvem de fumaça no corredor. A porta do apartamento aberta, a tranca destruída. O apartamento debaixo de uma neblina de fumaça, um cheiro de plástico queimado infernal. Que cagada! E daquelas bonitas! Abro as janelas para tentar evacuar um pouco daquela fumaça, quase não dá pra respirar ali. Vejo a panela já na pia, apagada pelo porteiro salvador que escolheu invadir o apartamento ao invés de chamar os bombeiros. O constrangimento seria bem maior. Com chance de sair no SPTV. "Idiota coloca fogo no apartamento e causa pânico em condomínio". Com direito a depoimento do porteiro. Reportagem sobre os riscos que crianças e incapacitados mentais correm na cozinha. Um verdadeiro espetáculo.

Por outro lado, seria mais barato. Quanto deve custar o conserto de uma porta arrombada? É, pensando bem, 15 minutos de fama e constrangimento não pesariam tanto no orçamento.

Volto ao trabalho. Tenho que contar pros caras. Já imagino o assunto da semana. Do mês. Do ano. Imagino a reunião da galera daqui a 20 anos. "Se lembram quando o Daniel botou fogo no apartamento?". Definitivamente, essa entrou pra história.

Este foi o email que mandei pro pessoal da república. De "Yes Man" a "Nero Burning Kitchen" em um movimento. Fantástico!

"Senhores!

Uma notícia quentíssima, saída do forno!!!

Acabei de colocar fogo no apartamento!

Ops, não no apartamento! Mais especificamente, numa panela! O tio colocou água pra ferver pra esterilizar um squeeze, e ele deveria ter desligado o fogo assim que saísse de casa.

Adivinha o que o tio fez???

Depois de uma hora e meia no fogo, o squeeze virou sopa, que eventualmente secou, e começou a queimar, exalando aquela fumaça característica de plástico.

Antes de chamar os bombeiros, o porteiro arrombou a nossa porta, desligou o fogo e salvou o dia...

Menos a porta... e o meu orçamento pro mês que vem...

A porta está, digamos, funcionando. Só ficou meio feia, com cara de arrombada mesmo... Mas ela tranca, e destranca... rsrs. No fim do dia, qdo eu chegar, vou dar uma olhada, e se for o caso de precisar arrumar alguma coisa, eu me comprometo a pagar.

De resto gente, tá tudo bem. Tirando o cheiro de plástico queimado que empesteou o apto, provavelmente pela semana inteira... rsrs.

E se lembrem que eu ainda tenho o Jake pra criar, por isso, não me matem. E deixem o Cleytão em paz por um mês, por que essa superou todas que ele aprontou até hoje... huahua

Abraços!!"


E assim foi. E deixo como prova as fotos da panela detonada. Ao menos acho que encontrei uma nova forma de fazer teflon!



Quinta, no Lanterna

Aniversário da Fátima, no Lanterna...


Preciso dizer mais alguma coisa?

Pequeno tratado sobre o Chester

Você tem idéia de como se prepara um Chester?

Se você foi um daqueles criado com a vó em apartamento de carpete, sem dúvida deve fazer idéia de como se cozinha esta ave mitológica - sim, mitológica, afinal, alguém já viu um Chester vivo? Mas este, claramente, não é o nosso caso. O máximo que conseguimos produzir de um fogão é arroz, ovo frito, macarrão e plástico derretido (essa é uma história pra outro momento). Caras como nós são realmente paga-paus dos caras que inventaram comida enlatada, miojo, fast-food e o delivery. São eles os responsáveis pela sobrevivência de milhares de homens largados que fizeram a cagada de sair da casa da mãe quando foram pra faculdade, há trocentos mil anos.

Mas eu já me desviava do assunto. Alguém tem idéia de como se prepara um Chester? Eu não. Certamente, nenhum dos outros caras daqui. Mas alguém poderia dizer, leia as instruções no verso da embalagem, estúpido! Pra começo de conversa, ler instruções é coisa de mulher que acabou de ganhar uma lavadora de roupas. Você conhece algum homem que compra um celular e lê manual de instruções? Já conheceu alguém da raça que comprou um armário e parou pra perguntar se a tábua A se encaixa na tábua B utilizando um encaixe C? Se conhece, pode perguntar a ele quem beijou quem no último episódio de Gossip Girl. Com certeza você obterá uma resposta.

Mas afinal, por que estou perguntando isso? No dia 26 de abril esta humilde residência foi palco de um banquete oferecido pelos anfitriões ao nosso casal de amigos Celso e Talita, que vieram, além de nos fazer uma visita, nos trazer o vídeo de casamento deles. Casamento este que contou com outras histórias de atrocidades, que serão devidamente expostas no momento certo.

A nosso cargo ficou o preparo da anteriormente citada ave mitológica. O ser já estava em nosso freezer havia quatro meses, ocupando metade do espaço - espaço este que poderia ser utilizado com coisas mais úteis, como gelar cerveja, fazer cubos de gelo para whisky, e outros afins. O Celso ganhou o pássaro da empresa onde trabalha, como gratificação de fim de ano. Obviamente, foi incorporado ao parimônio da república, e passou a ser NOSSO pássaro. O preparo foi sendo adiado, já que faltava uma data verdadeiramente especial para assar o bicho.

E a data havia chegado. E três horas antes dos convidados chegarem, resolvemos começar a preparar o almoço. E foi aí que veio a tal da questão:

Alguém tem idéia de como se prepara um Chester?

Sabe os dias de festa, Natal e afins, quando a sua mãe, ou a sua vó, se levanta às 5 da manhã do dia anterior pra preparar o peru, e o tal do bicho fica na geladeira por um ou dois dias, antes de definitivamente entrar no forno? Coisa complicadíssima de se fazer, aparentemente.

Como é que nós, quatro seres completamente quadrados em relação a assuntos de cozinha, que tinham acordado ao meio-dia do domingo, iriam preparar um equivalente desses até as 3 da tarde?

Reunião de cúpula na cozinha. Por onde começamos? Primeiro passo: retirar a ave do freezer. Segundo passo: abrir uma cerveja.

Retiramos a ave. Neste momento nos damos conta que aquilo não é um Chester. É um bloco de gelo, duro e compacto. Nem o alto-forno da Cosipa assa aquilo em três horas. Discutimos mais um pouco sobre o próximo passo, até que chegamos a uma conclusão: naquele ritmo, a quantidade de cerveja não será suficiente até o fim da tarde. Ligamos para o Ulliana, e solicitamos uma remessa de mais latas. Problema principal resolvido. Agora podíamos tentar assar o bicho.

Retiramos o plástico. Recolhemos o líquido cautelosamente. Vai que aquele troço serve pra alguma coisa... A idéia inicial era untar a assadeira, colocar o bloco de gelo, e tascar no forno. Paciência se ficasse pronto às 10 da noite. Pra isso tínhamos um McDonalds de um lado de casa, e um Habib's do outro. Comida não ia faltar. A missão principal era se livrar daquela ave maldita ocupando espaço no freezer. Então até alí já havíamos obtido sucesso.

Foi então que percebemos mais alguns problemas. O primeiro deles, não havia manteiga na casa. Esse foi moleza: uma ligação rápida para o Dieguez (que mora no sexto andar) e tudo resolvido. O outro não seria tão fácil de resolver.

Quem é que come miúdos? Não, sério. Qual é a utilidade daquele troço? Diz a lenda que algumas pessoas melhores fazem farofa com aquilo. Honestamente, pescoço e, sabe-se lá o que mais vem naquele saquinho infernal, não fazem parte do meu cardápio. E farofa, que eu saiba, quem faz é a Yoki. Pra que então, inferno!, existe aquele saquinho plástico dentro do Chester?

Pra economizar espaço para os miúdos, você argumentaria. Pra encher a porra do saco, eu responderia. Aquele troço, quando congelado, tem uma natural tendência a colar na carne do Chester. É por isso que a sua mãe/avó acordava às seis da porra da manhã. Pra descongelar o infeliz. Assim, o saquinho plástico com os miúdos sairia facilmente, com apenas um puxão. Mas aparentemente não é tão fácil assim quando o animal mítico está em formato de picolé. O saco plástico teria que sair antes de o colocarmos pra assar, por bem ou por mal.

Após uns 15 minutos tentando puxar o desgraçado, percebemos que teria que ser por mal mesmo. O Stéfano teve a excelente idéia de colocar o bicho no microondas por alguns minutos. Talvez assim o gelo interno se desfizesse. E assim procedemos. Cinco minutos de potência máxima. Tempo para duas latas de cerveja.

Retiramos o infeliz. Rimos muito quando percebemos que os ossos das asas estavam queimados, e que a carne já estava começando a ficar cozida por fora. Imaginamos a cara daquilo depois de assar. Imaginamos a cara dos convidados vendo aquilo depois de assado. Rimos mais um pouco. Tomamos mais uma cerveja.

Mais dez minutos tentando puxar o saquinho de miúdos. Estava praticamente deflorando o animal, uma cena verdadeiramente bizarra. As pontas dos meus dedos começaram a queimar, tal era a temperatura do gelo nas entranhas do animal. Naquela batalha entre homem e animal morto congelado, a raça humana estava levando no couro.

Mais cinco minutos de microondas. Inútil. Por fora, a ave já mostrava sinais de desgaste devido à luta: a pele saindo, os ossos das asas pretos, o couro levemente dourado. Se alguém que esperasse comer aquilo a visse naquele estado, teria ligado pro delivery à tempos. Cansados, à ponto de desistir, o S tem mais duas excelentes idéias. A primeira, ferver água no microondas e jogar dentro do Chester, forçando o descongelamento. A segunda, abrir outra cerveja.

E assim procedemos: fervemos água num copo, seguramos o animal pelas pernas e, como torturadores medievais da Santa Inquisição, derramamos o líquido quente nas entranhas do bicho. A coisa parece ter tido efeito, e o saquinho começou a sair. Mas não foi o suficiente. Tivemos que repetir a operação por mais duas vezes, até que, enfim, sucesso! O saco plástico com os miúdos saiu. Bom, mais ou menos - há uma teoria que diz que parte dele ficou lá dentro e se incorporou à carne depois de assada.

Depois de congelada, descongelada, congelada novamente, e descongelada à base de sessões de microondas e água fervente, a ave estava pronta para ir para o forno. Com a pele saindo do corpo, cozida internamente, meio dourada por fora e com os ossos das asas queimados, assim ela foi ao forno, com nossos votos de boa sorte aos convidados, e com um tempero caseiro preparado pela mãe do Cleytão jogado por cima, para disfarçar.

Neste meio tempo, os comilões começaram a chegar. Primeiro o casal do dia, Celso e Talita, e logo em seguida, Ulliana e Fátima. Eu e o Luis, prevendo que o resultado do assado seria chocante demais e que até o final da tarde alguma merda havia de acontecer, abrimos uma garrafa de vinho, e ingerimos a danada em alguns goles. Ao menos teríamos a desculpa de estar bêbados quando começássemos a rir da cara de todo mundo quando o frangão saísse do forno.

As meninas começam o preparo do arroz. Os caras continuam a beber cerveja, e a colocar os assuntos em dia, animadamente.

Começa a sessão de vídeo. Honestamente, quem já viu vídeo de casamento sabe que não existe coisa mais monótona. Nem os noivos assistem aquilo. O ponto alto do vídeo foi o Ulliana piscando indiscretamente pro Celso, numa atitude totalmente gay. Quem já conhece o Ulliana sabe que ter tendências gays não é novidade pra ele, mas ele costumava ser mais discreto.

Alguns minutos antes das quatro, chega a hora da verdade: o Chester é retirado do forno. Visualmente, ele se parece com um Chester. Mas a verdadeira pergunta é, ele vai ter gosto de Chester?

Deixamos os convidados se servirem. Nenhum dos quatro que sabiam da história do preparo toca na comida. Com tantas cobaias disponíveis, não seríamos nós os tontos a descobrir primeiro que a ave foi um fracasso total.

E, para nossa supresa, os convidados aprovaram! Fui me servir do meu pedaço e, diabos!, não é que aquele troço estava bom? Praticamente preparado pela vó. Missão completada com sucesso.

Às quatro horas começou o jogo, Corinthians x Santos. Assistimos saboreando o melhor Chester já feito, acompanhado de arroz, farofa e maionese. E cerveja. E vinho. E mais cerveja. E claro, de um bom papo, e da companhia de ótimos amigos.

E assim o dia terminou. Aos poucos, os amigos foram embora de barriga cheia e sorriso no rosto. O Luis deixou o mundo dos vivos mais cedo: o vinho foi demais pra ele. E enquanto o domingo terminava, me dei conta de quantas lições aprendi naquele dia. Um homem nunca será derrotado quando sua fome superar o tempo de espera de descongelamento de um Chester. Cervejas aprimoram a habilidade no preparo de alimentos. Forre com papel alumínio também a parte de baixo da ave, para evitar germes. Vinho dá sono, especialmente depois da segunda garrafa. Nunca pergunte como foi preparado o seu prato. E, principalmente, bons amigos são a melhor coisa que você pode ter na sua vida.

PS: Este texto foi escrito tanto tempo depois para evitar algum processo por tentativa de homicídio por intoxicação alimentar ou envenenamento. Como ninguém morreu ou foi parar no hospital, o negócio é dar risada!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Primeiro Post...

...a gente nunca esquece...