quinta-feira, 4 de junho de 2009

Charlie Harper: Herói ou Demônio?

Extraído do Lifelines

Charlie Harper é um gênio masculino dos novos tempos. Personagem do ator Charlie Sheen no seriado americano Two and a Half man, quem o conhece sabe do que eu estou falando. Quem não o conhece... Bom, para quem não o conhece aqui vai um pequeno aperitivo do que esse cara é capaz. Muito bom, sem dúvida! Motivo de ensandecidas gargalhadas depois de um longo dia de trabalho ou quem sabe depois de uma tentativa de explicar a uma mulher o por quê dos homens precisarem de momentos livres para beber e jogar futebol sem estar com o telefone celular no bolso enquanto o fazem... ;-)

Hora das lições de vida...



Alan Harper: Veja, tudo bem, apenas espere as coisas se acalmarem. Uns dois dias no máximo e ela cairá na real.
Charlie Harper: Ah é! É exatamente isso que as mulheres costumam fazer.



Charlie Harper: Vamos, eu não sou bom com nomes, mas eu nunca iria esquercer aquelas noites apaixonantes que passamos juntos.
Jess: Nós nunca passamos a noite juntos!
Charlie Harper: Nunca? Nem pergunte porque eu não lembro de você.



Greg: Então Charlie, eu acho que pela organização das corridas, você apostará nos pôneis.
Charlie Harper: Ei, eu apostaria em coelhos se você conseguisse organizá-los.



Charlie Harper: [Sobre relacionamentos e orientações sexuais] Quer dizer, eu penso que a variedade é o tempero da vida. E pela variedade de temperos, algumas pessoas gostam de sal, outras gostam de pimenta, outras gostam de sal e pimenta. Eu... Bom, eu gosto de mulheres.



Charlie Harper: Eu tenho duzentas pratas na carteira e elas estão se coçando para se transformar em 20 e uma ressaca.



Charlie Harper: [Fazendo uma reserva de hotel] Então, nós vamos querer duas reservas de quarto; uma para Alan Harper e filho, e outra para Charlie Harper e uma garçonete a ser nomeada posteriormente.



Alan Harper: Hoje, irei dar minha segunda rosa a solteira número dois.
Charlie Harper: Só você consegue fazer soar gay o fato de pegar duas mulheres.



Charlie Harper: Você sabe qual é o problema? As mulheres, a bebida... Você olha para mim e pensa que é fácil. O que você não vê são os anos de dedicação que você precisa ter para se transformar no bêbado galinha que eu sou hoje.



Alan Harper: [Charlie Harper está malhando; Alan bebe da garrafa d'água de Charlie] O que diabos é isso?
Charlie Harper: Uísque.
Alan Harper: Você bebe uísque enquanto malha?
Charlie Harper: Uísque me faz suar.



Evelyn Harper [Mãe de Charlie]: Tarde demais, não falo mais com você.
Charlie Harper: Tudo bem.
Evelyn Harper: Você não quer saber porque?
Charlie Harper: Não. Eu confio no seu julgamento.



Charlie Harper: Alan, você é como uma vítima de Alzheimer em um prostíbulo.
Alan Harper: Como assim?
Charlie Harper: Você constantemente se surpreende quando pega alguém... e não quer pagar por isso.



Charlie Harper: Uma vez eu emprestei meu Visa a uma mulher que conheci na mesma noite. Na fatura seguinte haviam cobranças para uma cirurgia de silicone e um Playstation 3. E eu nunca tive a chance de brincar com nenhum deles.



Charlie Harper: [Falando para Alan, na manhã seguinte em que bêbado dormiu com Rose] O que eu tenho que fazer agora é achar meu passaporte e ir para a fronteira. O que eu tenho que fazer é falar a Rose que, que... Que eu estava bêbado e sinto muito e que não há nenhuma razão para ela me caçar e colar meus testítulos às minhas coxas... Novamente.



Charlie Harper: E eu digo, porque não? Duas são companhia, três é um sanduíche.

Sobre cavalos castrados e garotas sem limites

Há uma frase repetida pelo Luiz que acabou virando uma espécie de bordão na república: "Focus on the Mission". Significa, obviamente, "foco na missão", ou, "não se distraia pelas coisas no caminho, mantenha os olhos no seu objetivo e vá em frente". É uma bela filosofia de vida quase sempre aplicada pelo nosso amigo pragmático, e serve pra quase tudo: desde relacionamentos, trabalho, ou até mesmo cantar uma menina na balada. Mas uma visita ao Hipódromo Paulistano no dia 16/05 iria provar definitivamente a fundamentação da filosofia.

Era o sábado, e os rapazes resolveram almoçar em um local diferente. O jockey acabou sendo a opção do dia. Ninguém ali nunca tinha sequer colocado os pés num jockey. Valia a pena ao menos matar a curiosidade.

Ao chegarmos no local, já fomos nos dando conta de que o lugar não era pra qualquer um. Após estacionar uma Mercedez, notamos a cara do vallet no momento em que parei meu Uno de pobre. "Como faço pra chegar no restaurante do Jockey?", perguntei. Aliviado por não ter que dirigir o meu carro, o rapaz deu as instruções e para lá nos dirigimos, passando pela Lineu de Paula Machado, lotada de travecos à uma da tarde.

Estacionei o carro, e fomos até o restaurante, reparando nos cavalos correndo pela pista bem ao nosso lado. Eu nunca tinha visto uma corrida de cavalos. "Achei que eles iam mais rápido!", refletiu o S. "E eu achei que eles corriam só numa direção!", respondi, espantado quando um dos cavalos parou e começou a marchar na contra-mão, segundos antes dos gênios perceberem que ali já era o final de uma corrida.

Ao chegarmos no lugar, fomos recebidos por uma hostess extremamente simpática (e extremamente linda... por alguns segundos esqueci que estava lá pra almoçar...) que nos explicou que haveria uma espera de uma hora por uma mesa. No dia seguinte seria o Grande Prêmio São Paulo, e o recinto estava lotado de donos de haras fazendo negócios. Só gente humilde. Eu tinha que trabalhar ainda. Não, não era hoje que iríamos almoçar lá...

Já que estávamos no inferno... fomos dar uma olhada no saguão de apostas. Eu não fazia idéia de como se apostava em cavalos. E após passarmos por uma reunião animadíssima de aposentados vestidos como se o século XX tivesse acabado de começar, agitando o panfleto dos programas das corridas, e gritando contra o aparelho de TV como se estivessem fazendo o último sexo das suas vidas, ("Vai menina, vai! Mais rápido, mais rápido!") chegamos ao balcão de informações, onde fomos instruídos sobre as modalidades de apostas, e sobre como ler um programa de corridas. Fiquei surpreso ao saber que a aposta mínima era apenas dois reais. Tinha dez reais no bolso, seria o suficiente para alguma diversão.

Chegou então o momento de escolher o cavalo. E como é que gente completamente ignorante em corridas escolhe o vencedor? Pelo nome, oras! É a maneira mais simples, mais prática, e mais burra. Mas estávamos lá para nos divertir e dar umas risadas. Dois reais era um preço justo pra isso.

Haviam 9 cavalos no segundo páreo, que começava em alguns minutos. O primeiro que chamou nossa atenção foi um chamado "No Limits Girl". Ah, olha o nome dessa danada, pensamos. Tudo o que precisávamos era uma garota sem limites naquele momento. Deve correr como o inferno.

Apesar de confiarmos no taco da garota ilimitada, resolvemos dobrar nossas chances. O S escolheu um cavalo chamado "Nobre Dodge". O Luiz bateu o olho num cavalo com um asterisco ao lado do nome. Ele se chamava "Beauty More", e apesar do nome não dizer muita coisa, o asterisco, dizia o rodapé, indicava que o cavalo era castrado.

Cavalos castrados correm mais? Não faço idéia. Mas na teoria do Luiz, o rapaz deve ter o "Focus on the Mission" bastante apurado. Imagine, você é um animal que possui dois objetivos na vida: correr e transar. Se te tiram um deles, o que sobra? Ou você (o cavalo, no caso) vira um belo reprodutor e passa a vida se divertindo com vaginas falsas de éguas, ou você corre. E corre como se não restasse outra coisa pra se fazer na vida. Corre como se soubesse que, quando sua carreira acabar, seu único destino é a fábrica de mortadela. Existe cavalo melhor para se confiar o destino de uma corrida?

E lá fomos nós, depositar o destino da corrida, e dos nossos trocados, numa garota sem limites e num cavalo castrado. Não podia sair coisa boa dali. Mas quem se importava?


Fomos para a pista. Apesar da fome já batendo, a visão era estonteante. Por um momento o S teve um insight sobre como ele poderia passar a sua aposentadoria... Não era uma má idéia. Passar as tardes gastando dinheiro nos cavalos, sossegadamente bebericando um Black Label servido por garçons na arquibancada (quinze reais a dose - mais barato que nas baladas! rs) e vendo a vida passar. Contanto que ele não se vista, a essa altura da vida, como se o século XXI tivesse acabado de começar, dou todo o apoio...

Começa a corrida. É impossível entender uma palavra do que o narrador grita no microfone. É quase como um radialista transmitindo jogo de futebol na rádio AM, com a diferença de que você não faz idéia do que os termos ou jargões que ele utiliza significam. Só um nome saltou aos nossos ouvidos logo no início... "No Limits Girl", dito após a sequencia de TODOS os outros nomes... Nossa garota ilimitada parecia manca das pernas, na última posição.

Depois de algum tempo, conseguimos distinguir alguma coisa da narração, e nos tocamos que, sim, o nosso cavalo castrado, "Beauty More", estava lá, em primeiro! Inacreditável! E após alguns segundos, o rapaz cruzou a linha de chegada, seguindo pelo "Nobre Dodge", o cavalo escolhido pelo S.

Fomos todos felizes aos guichês recolhermos o nosso prêmio. De acordo com a modalidade de aposta que escolhemos, eu e o Luiz recebemos 1.9 vez o valor apostado, e o S, 1.6 vez. Incrível! Primeira vez no jockey, primeira vez apostando, e o nosso cavalo chega em primeiro! Mais sorte que isso, impossível.


E ao partimos para o centro em busca de um restaurante, percebemos o quanto a filosofia do Focus on the Mission pareceu acertada. Quando você parte em busca de um objetivo, tome cuidado com as distrações no meio do caminho, sejam elas arreios ou éguas. Mas não se preocupe, não é necessário cortar suas bolas para isso...

Se quiser conferir as fotos do "evento", siga este link.